A escolha adequada do padrão de sutura e sua correta execução são fundamentais para minimizar o risco de necrose tecidual por isquemia, promover a cicatrização eficiente e garantir resultados estéticos satisfatórios. Não há um padrão de sutura universalmente ideal; a seleção deve considerar fatores como localização anatômica, extensão da lesão, tensão exercida sobre os tecidos e possibilidade de suporte com suturas em múltiplas camadas, como as subcutâneas. O objetivo desta revisão foi analisar os principais padrões de sutura utilizados no fechamento de feridas sob tensão, com ênfase na biomecânica da força aplicada e seus impactos na fisiologia da cicatrização. A pesquisa foi conduzida nas bases Google Acadêmico, SciELO e PubVet, utilizando os descritores “forças de sutura”, “tensão em sutura” e “alívio de tensão em sutura”. Após triagem de 251.000 publicações, foram selecionados 12 estudos. Os dados revelam que a tensão exercida pelos fios de sutura influencia diretamente a vascularização tecidual, podendo afetar negativamente o processo cicatricial. Forças excessivas comprometem o fluxo sanguíneo local e favorecem necrose, enquanto forças insuficientes podem resultar em deiscência e falhas na coaptação das bordas da ferida. Em feridas elípticas com 2 cm de comprimento, observou-se que o padrão de sutura em polia requer menor força para aproximação tecidual em comparação a outros métodos. A análise da distribuição de tensão demonstrou que a região central da ferida requer maior força de aproximação, conforme evidenciado pela aplicação da "regra das metades". Ainda, padrões horizontais e verticais apresentam diferenças biomecânicas significativas: enquanto as suturas horizontais exigem maior força inicial, favorecem maior eversão tecidual e podem ser vantajosas em áreas submetidas a elevada tensão. Foram avaliadas técnicas como sutura simples, Wolf vertical, Wolf horizontal, polia e polia modificada. Cada uma demonstrou comportamentos distintos frente à tensão aplicada. Além disso, o nível de experiência do cirurgião influenciou diretamente a tensão exercida nos nós, sendo a maior variação observada no padrão polia modificada entre alunos de graduação e cirurgiões experientes. Tais variações reforçam a importância do treinamento prático e da padronização técnica. Conclui-se que a seleção criteriosa do padrão de sutura, considerando a distribuição de forças, a anatomia local e a experiência do cirurgião, é essencial para otimizar o fechamento de feridas, favorecer a perfusão tecidual e reduzir complicações como deiscência e necrose. A análise biomecânica das técnicas contribui para decisões cirúrgicas mais embasadas, impactando positivamente na evolução pós-operatória e nos resultados clínicos.